Para Ferreira e Meier (2012, 8p) “Emagrecer é um processo que envolve o físico e o emocional. Além de seguir uma dieta adequada e fazer exercícios, é preciso também reeducar nossos afetos”.
Assim sendo, faz-se necessário compreender a mensagem que nosso cérebro e nosso corpo emitem, de modo que, o nosso peso está ligado diretamente ao nosso estilo de vida, de quem nós somos, como pensamos e como agimos no dia-a-dia.
Então devem estar se perguntando: - Então como eu crio uma autonomia emocional?
Inicialmente precisa-se atentar-se aos sinais que suas emoções emitem, ou seja, O que eu sinto? Como eu sinto? Com que frequência? Decorrente de que (situações)? Que tipo de pensamentos tenho? Como eu ajo (diante de situações e pensamentos), dentre outras perguntas.
Segundo Daniel Goleman (1995) apud Ferreira e Meier (2012) temos dois cérebros: o emocional e o racional. Então, podemos entender que precisamos criar uma relação de harmonia entre esses dois cérebros, ou seja, a cabeça e o coração precisam andar juntos.
As dificuldades em relação à comida e ao ato de comer está ligada as disfunções afetivo-emocionais. As pessoas que procuram de algum modo ajuda para emagrecer acreditam que o fato de ficarem magras novamente, vai resolver os seus problemas e muitas vezes essas tentativas falham, pois, o emagrecimento está ligado diretamente a como você gere a sua vida e em como você lida com seus pensamentos e problemas.
O que quero dizer com isso? Que a verdadeira dor é encoberta para o problema do emagrecimento, de tornar-se magro; e isso faz com que as pessoas vivam no efeito sanfona, emagrece-engorda, engorda-emagrece. Quando estas pessoas conseguem emagrecer acredita-se que os seus problemas sumam junto com o excesso de gordura, fato que com o tempo elas vão tomando consciência de que o excesso de peso saiu de suas vidas, mas que os problemas continuam, e o peso, não pode ser mais escudo para justificar suas angústias e frustrações.
E se eu não tenho mais o escudo? Devem estra se perguntando. Simples: Volto a comer, pois com isso, tenho novamente meu escudo e me refúgio na sombra dos meus problemas centrais.
Para a Psicossomática, para se compreender melhor qualquer doença, precisamos entender o que está por trás da mesma, ou seja, o indivíduo. Então, o autoconhecimento é uma das ferramentas mais valiosas para um emagrecimento eficaz e duradouro. É saber quem somos, porque somos o que somos, o que nos levou a ser assim, o que nos mantém assim, e assim por diante.
Após abster-se desses conhecimentos, voltemos ao nosso tema central. Porque você come? Necessidade ou vontade? A comida que está ingerindo nutre o seu corpo ou sua alma? Ela preenche o vazio do seu estômago ou das suas emoções?
Sabemos que quando sinto fome fisiológica, que é a chamada sensação de vazio no estômago, estou preenchendo minha fome física. Então, o que é essa tal de fome emocional? Para Ferreira e Meier (2012) você come não por sentir uma sensação de vazio no estômago, mas por sentir um vazio que parece ser no estômago, e estes movimentos sendo desconhecidos por você , acredita que a saída é fazer uso da saciação fisiológica para curar algo que é emocional, e como você já imagina, não funciona, pois não se cura uma fome emocional com algo que é do físico. E assim, inicia-se um longo processo do ciclo vicioso.
Para esses autores nós estamos “sempre à procura de alguma coisa, por isso haverá sempre ‘um vazio’ em nós impossível de ser alimentado com comida. Um vazio estrutural que necessitamos aprender a lidar” (2012, 17 e 18p).
A fome física é descrita por Stuart (1978) como por uma necessidade de comida, que geralmente não aparece pelo menos umas seis horas após uma refeição adequada e que dura apenas alguns minutos e traz consigo sintomas como: tonteira, perda de concentração e outros sinais físicos. A fome emocional é definida por ele como (apetite) e surge quando a nossa mente pede por comida, ou seja, quando estamos perto de comida, quando temos hábitos que associamos com comida e também através dos nossos pensamentos e sentimentos.
Se chegou até aqui e percebeu que está tendo um comportamento inadequado com a comida, entenda que é uma tentativa sua de solucionar um problema e está camuflando o problema real para um problema físico (gordura). Isso acontece porque você possui problemas escondidos por trás do escudo de gordura, que por sua vez ainda não são reconhecidos por você e a comida se torna uma anestesia para suas emoções desagradáveis.
Então, como conduzir adequadamente as emoções? Para que isso aconteça você precisa adquirir maturidade emocional. E para isso, você precisará aprender a conviver com as suas falhas e vazios internos ao invés de fugir deles.
E como faço isso? É controlar o impulso de comer enquanto aprende a comer de forma adequada; é ter autocontrole; controlar o que come diariamente, é estar alerta aos pensamentos que sabotam o seu emagrecimento e é estar consciente das emoções diárias.
FERREIRA, Maria Marta; Psicologia do Emagrecimento/Maria Marta Ferreira, Marcos Meier. – 2ªed. Rio de Janeiro: Revinter, 2012, 140p.
STUART, Richard B. Pense magro e emagreça. Tradução Izabel Paquet de Araripe. Rio de janeiro – RJ – Editora Record, 1978, 212p.